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domingo, 20 de outubro de 2013

4 Gerações na mesma foto: do Último ao Luigi Labigalini

Achei umas fotos do Luigi Labigalini (meu filho) e do meu avô Último (data de 1990).

Na próxima foto: Eu (Márcio). meu pai Romildo, meu avô Último e meu filho Luigi Labigalini; ou seja, quatro gerações na mesma foto.

Na próxima, meu avô Último e eu, Márcio Labigalini (com cerca de 2 anos de idade)

Na próxima, mais uma do Luigi Labigalini e seu bisavô Ultimo (deve ser de 1991 esta foto).

A próxima é do Luigi Labigalini e seu avô Romildo (1990). Olha o bigodão do rumirdinho... :) O luigi tá até assustado... :)


A próxima foto sou eu (Márcio ) e meu filho Luigi Labigalini (1990)

A próxima foto é um zoom do meu avô Último em um quadro da chacará da mococa;

Meu avô Último Labegalini, com cerca de 20 anos.

Meu pai Romildo Labigalini, com cerca de 20 anos.



Eu, Márcio Labigalini, com cerca de 20 anos.


Meu filho Luigi Labigalini, com cerca de 20 anos.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

100 anos do nascimento do Vô Último

Há exatos 100 anos, no dia 15 de outubro de 1913, nascia meu avô: Último Labigalini.

Pra comemorar esta data e matar um pouquinho a nossa saudade, resgatei um vídeo do baú... Espero que gostem e apreciem sem moderação... :)

Abraço a todos, Márcio Roberto Labigalini


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A ponte do arco de Vobarno

A primeira vez que eu ouvi falar da ponte do arco foi através do Tio Batista, irmão do meu avô Último. Ele dizia que pra ir até a escola, onde ele estudou em Vobarno, lá na Itália, província de Bréscia, ele e seu irmão "Primo" passavam por esta ponte.

A seguir, mostro alguns cartões daquela época, onde aparece a ponte do arco:

Vobarno antiga (ponte do arco a esquerda)
Outra visão de Vobarno antiga
As pessoas estão em cima da ponte do arco de Vobarno
A esquerda desta foto é onde o google maps nos permite ver a ponte do arco de Vobarno, na beira do Rio Chiese
A ponte do arco de Vobarno a esquerda
Ampliação da foto anterior, onde mostra a ponte de arco de Vobarno.

Hoje, se você quiser, pode dar uma olhadinha nesta ponte pelo Google Maps... É um pouquinho complicado, mas dá pra ver ela da beiradinha do Rio Chiese. Esta ponte não liga uma estrada a outra, mas sim um lado da estrada a um prédio, do outro lado do rio.

Então, vamos lá:
Primeiro, tente ir direto através do link abaixo:
https://maps.google.com.br/maps?q=Via+catazzi+1+vobarno+brescia+italia&layer=c&z=17&iwloc=A&sll=45.645260,10.500008&cbp=13,13.8,0,0,0&cbll=45.645200,10.499987&hl=pt-BR&ved=0CAsQ2wU&sa=X&ei=yBlMUv7AI8-3tge4gYHoAg
Clique na setinha de baixo (na rua) e siga em frente. Se ver um carro, clique em sua direção, até chegar bem pertinho do Rio. Outra opção, é clicar no relógio da torre da igreja, que automaticamente te leva pra beirada do Rio Chiese. Então, gire um pouco pra direita e verá a famosa ponte do arco de Vobarno, tão falada pela nossa família. Ali, pertinho do Rio Chiese, você pode girar a imagem, ampliar, se afastar e ter uma noção daquilo que nossos antecedentes viram, quando moravam lá em Vobarno, na Itãlia.

Se não der certo, tente este caminho:
https://maps.google.com.br/
digite o seguinte endereço: "Via catazzi 1 vobarno brescia italia"
Clique no homenzinho amarelo (ou laranja), acima da barra + (de zoom), e continue segurando e movendo até a letra A (vermelha). Todas as ruas ficarão destacadas (em azul) e coloque a bolinha verde exatamente em cima da letra A (em vermelho).
Você então verá um carro bem próximo ao Rio Chiese.
Clique na direção do carro, até chegar bem pertinho do Rio. Então, gire um pouco pra direita e verá a famosa ponte do arco de Vobarno, tão falada pela nossa família.

Espero que apreciem esta "viagem" do final do século XIX até a visão atual, através do google maps.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A segunda fase da imigração italiana para a América

(inserido por Márcio Labigalini)

A segunda fase da imigração italiana para a América ocorreu no início do século XX, entre 1900 e 1940, aproximadamente. Neste período, a maioria dos italianos imigrou para os Estados Unidos, assim como a nossa família. Desta vez, foram os filhos dos imigrantes que iniciaram o movimento.

Imigração da Lombardia (de 1880 a 1940)


A nossa família é oriunda da Província (“Estado”) de Bréscia que fica ao norte da Itália, na região da Lombardia.
Conforme gráfico acima, que eu montei baseando-me nos dados do site (http://www.museonazionaleemigrazione.it/regioni.php?id=10 ) do Museu Nacional da Imigração Italiana, houve uma grande saída de imigrantes da Lombardia entre 1905 e 1915. Na primeira fase da imigração (entre 1880 e 1900), a cada 5 anos partiam 100.000 italianos da região da Lombardia; ou seja, a cada ano partiam 20.000 imigrantes Lombardos. Entre 1911 e 1915 partiram mais de 300.000 italianos da região da Lombardia, o que significa 60.000 por ano; ou seja, triplicou a média anual de imigração Lombarda, quando comparada com o final do século XIX.

O retorno dos imigrantes para a Itália:
Outro dado interessante é a informação do retorno dos imigrantes (barra vermelha), que se iniciou antes de 1905 e ultrapassou o número de imigrantes em 1940. A nossa família retornou para a Itália entre 1900 e 1910.
O primeiro a retornar, pra variar, deve ter sido o nosso grande aventureiro Giovanni Labigalini, pois Palmira labigalini, sua quarta filha com Maria Rizzardini, nasceu na Itália em 1900; portanto, ele pode ter retornado bem antes que os demais irmãos.
Ângelo Labigalini, que foi o segundo a chegar ao Brasil, nunca retornou para a Itália.
Giuseppe Labigalini, sua mulher Maria Miconelli e seu filho caçula, Giuseppe (que vieram para o Brasil em 1897) retornaram para a Itália em 1906, no dia do casamento dos outros dois filhos, Miguel e Luigi. Giuseppe Labigalini, o pai, faleceu durante esta viagem de retorno e foi jogado ao mar, conforme contado pelos descendentes do Miguel (Michelle) e do Luigi (Biggio) Labigalini, cuja história já contamos aqui no nosso site (http://www.familialabigalini.blogspot.com.br/2012/08/tio-avo-giuseppe-labigalini.html ).
Margherita Labigalini, seu marido Giuseppe Viani e seus filhos devem ter retornado para a Itália antes de 1907, pois seu filho Pietro Viani, foi da Itália para os Estados Unidos em 1907, quando tinha 21 anos. Luigi Viani, filho da Margherita, seguiu os passos do irmão e também foi para os Estados Unidos em 1910, quando tinha 18 anos, deixando como referência na Itália, a sua mãe, que na época residia em Vobarno – Bréscia.
Luigi Labigalini e família retornaram para a Itália em 1910, conforme informação da hospedaria do imigrante de São Paulo, no seu retorno ao Brasil em 1913 (veja em http://www.familialabigalini.blogspot.com.br/2012/09/retorno-do-nonno-luigi-da-italia-para-o.html )
Tommaso Labigalini e família também retornaram para a Itália, provavelmente em 1910, junto com o Luigi. Não sabemos a data exata do seu retorno, mas o filho dele, Fioravante, lutou na mesma guerra (Ítalo Turca) que o Elia, filho do Luigi (entre 1911 e 1913). Na verdade, seu filho, com 14 anos, morreu na guerra, conforme já contamos aqui no site (http://www.familialabigalini.blogspot.com.br/2012/08/tio-avo-tomaso-labigalini.html ).


A Imigração da Itália no início do século XX:
A segunda fase da imigração italiana da nossa família começou com Isacco Labigalini, que foi para os Estados Unidos em 1906, quando tinha 20 anos. Naquela década, vários imigrantes de Vobarno (na sua maioria homens) se aventuraram nesta jornada. Assim, uns ajudavam aos outros e formavam núcleos de acolhimento no exterior. Isacco passou por Ellis Island no dia 21 de dezembro de 1906. Seu destino era Pittsfield – Massachusets. Quem o acolheu foi Domenico Roncadori, citado como seu primo no documento de desembarque. Domenico Roncadori também era de Vobarno e foi para os Estados Unidos em 22 de junho de 1906, solteiro, com 27 anos de idade, sendo sua referência seu primo Angelo Bertelli (que estava em Lee – Massachusets), que havia chegado nos Estados Unidos em 21 de maio de 1904, casado, com 31 anos, pela primeira vez, e pela segunda vez em 21 de dezembro de 1906 (já como cidadão americano), na mesma embarcação do Isacco Labigalini, o La Provence, cujo destino também era Pittsfield, cuja pessoa de referência era seu cunhado Giuseppe Stefani -Massachusets; porém, chegou viúvo; portanto, deve ter retornado para a Itália devido ao falecimento de sua esposa (provavelmente da família Stefani). A família Bertelli acolheu diversas pessoas de Vobarno nos Estados Unidos. A referência de Angelo Bertelli (na primeira vez que foi para os Estados Unidos) e Antonio Crestanello (também de Vobarno, que veio com ele no mesmo navio) era seu amigo Pietro Nolli, que chegou nos Estados Unidos em 21 de janeiro de 1904, solteiro, com 21 anos, também de Vobarno, junto com Battista Tiboni, com 28 anos, solteiro, cuja pessoa de referência foi Cominotti G., que era tio de Pietro Nolli. Aliás, nessa página de desembarque de Pietro Nolli há várias pessoas oriundas de Vobarno, tais como: Luigi Cadenelli (23 anos, solteiro), Antonio Bertelli (31 anos, solteiro), Domenico Tiboni (24 anos, solteiro), Pietro Tiboni (19 anos, solteiro), Francesco Manni (25 anos, casado) e Paolo Crescimbeni (30 anos, solteiro).
Pietro Viani, filho da Margherita Labigalini e Giuseppe Viani, foi para os Estados Unidos, pela primeira vez, em 26 de Janeiro de 1907, quando tinha 21 anos e era solteiro. Quem o acolheu foi seu primo Isacco Labigalini, que já havia se estabelecido em Lee - Massachusets. Na segunda viagem de Pietro Viani para os EUA, em 27 de abril de 1912, com 27 anos e ainda solteiro, consta que ele ficou nos EUA de 1907 a 1911, seu destino foi novamente para Lee – Massachusets e quem o acolheu, desta vez, foi seu irmão Luigi Viani, que foi para os EUA em 1910. Nesta segunda viagem em 1912, sua referência na Itália é sua mãe Margherita (Labigalini), que residia em Pompegnino – Vobarno. Nesta segunda viagem vieram com Pietro Viani as seguintes pessoas: Antonio Maccarinelli (com 26 anos, casado com Maria, que também residia em Pompegnino – Vobarno) e Pietro Bonali (com 17 anos, solteiro, de Volciano, filho de Santo Bonali). Em 20 de Dezembro de 1919, Pietro Viani fez sua terceira viagem, chegando nos EUA com sua esposa Margherita Bianchi, de Sabbio Chiesi. Margherita Bianchi era irmã de Angelo Bianchi (que já residia nos EUA) e Maria Bianchi (casada com Marchi, que residia em Sabbio Chiesi). No documento da terceira viagem de Pietro Viani consta que ele já havia permanecido nos EUA de 1907 a 1916; então, muito provavelmente, ele só retornou para a Itália para se casar. No documento também consta que a mãe de Pietro Viani, Margherita Labigalini, na época com 59 anos, ainda residia em Vobarno em 1919.
Isacco era filho do aventureiro Giovanni Labigalini, que também foi para os Estados Unidos em 12 de Maio de 1907, onde seu filho já se encontrava. No documento de desembarque consta que Giovanni tinha 43 anos, media cerca de 1,62 metros, tinha olhos verdes, era nascido em Volciano e residente em Vobarno. A sua ocupação é a mesma da maioria dos imigrantes, simplesmente “trabalhador”. Na verdade, segundo informações de seu neto John Tiboni, ele era ferreiro, pois deve ter trabalhado, entre 1900 e 1906, na “Ferriera di Vobarno”, uma grande indústria de ferragem, onde a maioria dos nossos antecedentes trabalhou. Seu destino era Lee – Massachusets, onde o Isacco já havia se estabelecido. Na mesma viagem, junto com o Giovanni no navio La Touraine, vieram outros de Vobarno: Filippo Nolli (com 27 anos, solteiro), Romolo Bertelli (com 30 anos, casado), Angelo Antonili (com 36 anos, casado), Bortolo Bertelli (com 32 anos, casado), Andrea Nolli (com 24 anos, solteiro), Francisco Macarinelli (com 39 anos, casado), Nicola Andreassi (com 24 anos, solteiro, de Gavardo, cidade próxima a Vobarno) e Luigi Bazzani (com 36 anos, casado, de Caccavero, próxima a Volciano).
Luigi Viani, filho da Margherita Labigalini e Giuseppe Viani, seguiu os passos do irmão Pietro Viani e também foi para os Estados Unidos em 18 de Junho de 1910, quando tinha 18 anos, deixando como referência na Itália, a sua mãe, que na época residia em Vobarno – Bréscia. Quem o acolheu nos EUA foi seu irmão Pietro Viani, que já havia se estabelecido em Massachusets. Junto com o Luigi Viani, no navio La Lorraine, vieram outras pessoas de Vobarno: Giuseppe Francinelli (com 20 anos, solteiro, filho de Antonio Francinelli), Luigi Turrina (com 22 anos, solteiro, filho de Maria Turrina e primo de Luigi Tiboni, que o acolheu nos EUA), Gaetano Zerneri (com 33 anos, solteiro, filho de Antonio Zerneri e irmão de Domenico  Zerneri, que o acolheu nos EUA) e Giuseppe Manestrina (com 33 anos, casado com Maria Minestrina, que ainda residia em Vobarno, e primo de Luigi Cadenelli que o acolheu nos EUA).
Luigi Labigalini, sua esposa Lucia Crescimbeni e seus seis filhos (Emilio, Elia, Vittorio, Primo, Batista e Antonio) retornaram para o Brasil em 12 de Maio de 1913, conforme já informamos aqui no site: http://www.familialabigalini.blogspot.com.br/2012/09/retorno-do-nonno-luigi-da-italia-para-o.html . Luigi Labigalini retornou com 50 anos e Lucia Crescimbeni com 46 anos, já grávida de Ultimo Labigalini, que nasceu no Brasil em 15 de Outubro de 1913.
Palmira Labigalini, filha do aventureiro Giovanni Labigalini, foi para os EUA em 19 de Dezembro de 1921, já casada com Francesco Tiboni, que a esperava nos Estados Unidos. Palmira e Francesco ainda não tinham filhos, pois Aldo Tiboni, o primeiro filho, nasceu em  1924 e John Tiboni, o segundo filho, nasceu em 1928. John Tiboni me informou que seu pai havia retornado dos EUA para a Itália para lutar na primeira guerra mundial. Após a guerra, ele conheceu a Palmira Labigalini lá na Itália. A primeira vez que Francesco Tiboni foi para os EUA foi em 05 de Julho de 1907, quando tinha 20 anos, quem o acolheu foi o amigo Domenico Roncadori, o mesmo que acolheu Isacco Labigalini. Sua mãe Madalena [Zurrudelli] residia em Pompegnino – Vobarno. Segundo o John Tiboni, seu pai Francesco Tiboni era filho de Maddalena Zuradelli e de Angelo Tiboni. A mãe de John Tiboni, Palmira Labigalini, dizia que havia três ramos independentes da família Tiboni em Vobarno, que não eram parentes, mesmo pertencendo à mesma cidade. Por isso, ele afirma que seu pai Francesco Tiboni não era parente de Giovanni Tiboni, marido de Maria Labigalini. Sabemos que o irmão da Palmira Labigalini, o Isacco, se casou (pela primeira vez) com Aurélia Tiboni, que era filha da Maria Labigalini e Giovanni Battista Tiboni; porém, a Aurélia faleceu 4 anos após o casamento e não tiveram filhos. Baseando-me na certidão de casamento do Isacco com a Aurélia, podemos concluir que ele voltou dos estados Unidos para a Itália em 1910. De lá, dizem que Isacco foi sozinho para a Argentina, onde recebeu a notícia da morte de sua esposa. Da Argentina, eu acredito que Isacco veio direto para o Brasil em 1914, onde se estabeleceu até 1920.
Os irmãos Isacco e Joanin (Giovanni, na verdade João, pois nasceu em Itapira-SP) Labigalini, filhos do aventureiro Giovanni Labigalini, voltaram para o Brasil, na embarcação “Plata”, em 30 de Julho de 1923. Isacco, com 36 anos, veio com sua segunda esposa, Thereza Tonelli (com 31 anos), e os filhos: Regina (com 15 meses) e Giovanni (o João Gottardo, com 3 meses). Neste documento de chegada do Isacco (cujo sobrenome está incorreto na listagem do memorial do imigrante, pois está como “Loleigoline”) consta que ele vinha de Vobarno, onde viveu por 2 anos, mas já havia estado no Brasil por 7 anos. Então, podemos concluir que ele voltou para a Itália para se casar e que já havia estado no Brasil de 1914 a 1920. Já Giovanni Labigalini (o Joanin) confirma que era Brasileiro na sua entrada e que havia vivido aqui no Brasil por 2 anos; portanto, como ele nasceu em Itapira em 1897, ele e sua família devem ter voltado para a Itália em 1899. Giovanni afirma que viveu em Vobarno por 24 anos e chegou aqui, com 26 anos, com sua esposa Chiara (com 25 anos) e sua filha Libera Labigalini, com 17 meses de vida. Neste documento de chegada do Giovanni também aparece com o sobrenome incorreto, pois lá está digitalizado como “Lobigoline”. Segundo meu pai Romildo Labigalini, o Joanin e família foram morar no sítio dos Labegalinis em Jacutinga – Minas gerais. Joanin teve forte influência musical na nossa família e sua esposa era professora da escola do bairro dos labegalinis. Joanin e família foram para os Estados Unidos alguns anos depois, onde se estabeleceram em Springfield – Massachusets. Joanin faleceu cedo, com cerca de 40 anos, deixando sua esposa Chiara Colossini e a Libera Labigalini, que se ampararam nos familiares, que já haviam se estabelecido na mesma região.
Luigi Labigalini (na verdade Luis Labigalini, pois nasceu no Brasil em 1895), irmão da Palmira, do Isacco e do Joanin; portanto, filho do aventureiro Giovanni Labigalini, foi para os EUA em 24 de Maio de 1924. Quem o acolheu foi seu primo Domenico Bianchi, irmão de Giuseppe Bianchi (casado com Francisca Crescimbeni, filha de Battista Crescimbeni e Giovanna Rizzardini); portanto, Luigi pode ser primo da Francisca Crescimbeni, pois sua mãe Maria também era Rizzardini; ou então, na verdade, era sua esposa Martina Crescimbeni que era prima de Francisca Crescimbeni, esposa de Giuseppe Bianchi. Luigi chegou nos EUA com 29 anos, já casado, porém sem sua esposa Martina (Giovanna Marta Crescimbeni). Sua pofissão era Blacksmith, muito valorizada nos EUA, que significa ferreiro em inglês; portanto, era mais um Labigalini que aprendeu a profissão na Ferriera di Vobarno. No documento de entrada consta que ele nasceu no Brasil e sua esposa permaneceu em Vobarno. Nesta época ele já tinha a Marie (ou Maria) Labigalini, que nasceu em 1921. Sua segunda filha, Lena (maddalena) Labigalini, nasceu em 09/03/1924; portanto, Luigi partiu da Itália dois meses depois do seu nascimento. Seu último filho John Labigalini, de 1929, nasceu nos EUA. Sua esposa Martina Crescimbeni foi para os EUA entre 1925 e 1928; porém, a lista de imigrantes de Ellis Islands somente divulga informações online para aqueles que chegaram até 1924.
Narcisa Labigalini, filha do aventureiro Giovanni, casou-se com Spirito Ronchi e foram para a Argentina em 1930, quando ela e seu marido tinham a mesma idade, 28 anos. Eles chegaram em Buenos Aires no dia 22 de outubro de 1930 e o nome da embarcação era Duilio, cujo embarque foi em Genova. Acredito que seus filhos (Diana Ronchi Labigalini, Benito Ronchi Labigalini, Gaetano Ronchi Labigalini e Elsa Ronchi Labigalini) nasceram na Argentina. Lá na Argentina e na América Latina de origem espanhola, o sobrenome da mãe aparece no final do nome do filho; por isso, alguns descendentes, se realmente nasceram lá, preservaram o sobrenome Labigalini apenas na primeira geração.
A família da Domenica Labigalini, que se casou com Antonio David (cujo sobrenome é italiano e bastante difundido na Itália), não deve ter vindo para a América do sul. Na árvore genealógica da nossa família, cuja origem deve ser dos Estados Unidos, pois as informações sobre Luigi, Angelo, Tommaso e Giuseppe são bastante carentes, cita que esta família David se concentrou no EUA; porém, não consegui encontrar nenhuma informação que confirmasse a ida desta família para os Estados Unidos entre 1892 e 1924. Por isso, pode ser que eles se transferiram para lá após 1924, ou até que permaneceram na Itália, ou então retornaram para a Itália, se realmente imigraram.
A esposa do aventureiro Giovanni Labigalini, Maria Rizzardini, também foi para os Estados, provavelmente após 1924, pois foi lá que ela faleceu em 01/04/1956, com 88 anos. Martina Crescimbeni, esposa de Luigi Labigalini (filho do aventureiro Giovanni), e as filhas Maria (Marie) e Maddalena (Lena) também foram para os Estados Unidos; porém, foram após 1924 e a lista de passageiros que passaram por Ellis Island somente informa até 1924, conforme já explicado anteriormente.
O aventureiro Giovanni Labigalini deve ter falecido entre 1910 e 1920, pois deve ter voltado dos Estados Unidos para a Itália perto de 1910, onde algumas informações verbais recebidas dizem que faleceu de pneumonia.

Os filhos dos imigrantes na segunda fase da imigração:
Conforme já afirmado anteriormente, a maioria dos imigrantes da segunda fase era formada por filhos dos imigrantes da primeira fase. Assim também ocorreu com a nossa família e com as famílias oriundas de Vobarno, tais como: Roncadori, Stefani, Bertelli, Nolli, Cadenelli, Maffei, Federici, Tiboni e Crescimbeni.
 
Isacco Labigalini era filho do Giovanni, que já havia vindo ao Brasil.
Família Roncadori de Vobarno: Domenico Roncadori, que foi para os EUA pela primeira vez em 22 de Junho de 1906 e pela segunda vez em 18 de Março de 1911, era filho de Domenico, que já havia vindo ao Brasil em 22/12/1894 (hospedaria Horta Barbosa), no navio Solferino, com a sua esposa Catterina Boninsegna e filhos, Giuseppe (com 24 anos) e Pietro (com 20 anos), que também foi para os Estados Unidos em 01 de Maio de 1907, pela primeira vez, e pela segunda vez em 11 de setembro de 1909, já com a sua mulher Maria Rizzardi, com 27 anos (filha de Elisabetta [Firiani], de Malcesine, que fica em torno do Lago de Garda) e filhos Elisa (de 5 anos) e Domenico (de 4 anos). Quando Domenico Roncadori fez sua segunda viagem para os EUA, junto com ele foi [Giovanni] Federici, filho de Giovanni.
Família Bertelli de Vobarno: Angelo Bertelli, que chegou nos Estados Unidos em 1904 com 31 anos, deve ser o mesmo que veio ao Brasil com seu pai Baldassare e sua mãe Caterina em 06 de janeiro de 1895 (hospedaria Horta Barbosa), quando tinha 21 anos (junto com suas irmãs  Caterina, com 20 anos, e Margherita, com 10 anos). Angelo Bertelli e familia vieram na mesma viagem do Angelo Labigalini e família, no navio Iniziativa; porém, a família de Angelo Labigalini ficou em quarentena, devido à epidemia a bordo do navio. Por sorte, a família de Angelo Bertelli não contraiu a epidemia de cólera que atingiu muitos integrantes desta viagem, inclusive com casos de morte. Outro Angelo Bertelli, também filho de Baldassare Bertelli de Vobarno, chegou nos EUA em 25 de junho de 1910, com 17 anos. Então, este outro Angelo deve ter nascido em 1893, era irmão de Giovanni, nascido em 1888, mas creio que eram filhos de outro Baldassare Bertelli, pois não aparecem na vinda ao Brasil e acho muito difícil que seus pais os deixassem na Itália. Além disso, também acho difícil um pai dar o mesmo nome a dois de seus filhos; portanto, deveria existir dois Baldassares Bertelli de Vobarno. Outra família Bertelli de Vobarno que veio para o Brasil, foi a de Angelo Bertelli em em 22/12/1894, no navio Solferino, na mesma viagem que a família Roncadori. Este Angelo Bertelli, com 44 anos, veio com sua mulher Maria (com 37 anos) e filhos: Antonia (com 18 anos), Domenico (com 16 anos) e Giuseppe (com 14 anos).
A família Stefani de Vobarno: Giuseppe Stefani, que nasceu em 1877 e foi para os Estados Unidos em 10/03/1903, não deve ter vindo ao Brasil; porém, uma família Stefani (de Vobarno) veio com os Bertelli e Labigalini no navio Iniziativa, em 06/01/1895 (hospedaria Horta Barbosa) e por sorte, não foram vítimas da epidemia de cólera que atingiu diversas pessoas nesta viagem. Eles eram Giuseppe Stefani (com 33 anos), sua esposa Caterina Stefani (com 32 anos) e filhos: Aristide (com 10 anos) e Giovanna (com 6 anos). Aristides também foi para os Estados Unidos em 31/03/1907, com 23 anos. Quem acolheu Aristide foi seu primo Luigi Tiboni. Aristide Stefani também era primo de Bartolo Bertelli e Paolo Tiboni. Baldassare Stefani, que chegou nos EUA em 03/12/1923, com 25 anos, era primo de Battista Crescimbeni e era filho de Giuseppe Stefani, mas não o Giuseppe de 1887. Baldassare Stefani chegou aos EUA com Antonio Bertelli, com 24 anos, filho de Giacomo Bertelli, sendo sua referência nos EUA seu irmão, que também se chamava Giacomo.
A família Nolli de Vobarno: Giuseppe Nolli e sua família também vieram ao Brasil na primeira fase da imigração. Nesta viagem, em 09/11/1894 (hospedaria Horta Barbosa), na embarcação Colombo, vieram Giuseppe Nolli, com 41 anos, sua mulher Domenica, com 41 anos, e seus filhos: Andrea (com 11 anos), Antonio (com 9 anos) e Giuseppe (com 6 anos). Andrea (que é nome masculino em Italiano) foi para os Estados Unidos em 12 de maio de 1907, na mesma embarcação do Giovanni Labigalini e vários outros de Vobarno: Filippo Nolli (irmão de outro Andrea Nolli de 1904), Romolo Bertelli, Angelo Antonili, Bortolo Bertelli e Francisco Maccarinelli. Quando Andrea Nolli chegou nos EUA em 1907, ele tinha 24 anos, era solteiro e sua referência era seu primo Andrea Nolli (com mesmo nome e sobrenome), que chegou nos EUA em 12 de maio de 1904, que acredito que era irmão de Pietro Nolli, que acolheu muita gente de Vobarno nos EUA. Aliás, naquela época, como as famílias eram bastante numerosas, muitos primos tinham o mesmo nome e sobrenome. Entre 1904 e 1910, por exemplo, chegaram 4 Andreas Nolli de Vobarno nos EUA. Giuseppe Nolli e Antonio Nolli, irmãos do Andrea Nolli que veio ao Brasil, também foram para os EUA em 24/03/1913 (com 24 anos) e 03/05/2013 (com 28 anos, registrado como Nalli), respetivamente. Antonio Nolli era casado com Emma, que foi para os EUA em 07/03/1914 (com 23 anos), com os filhos Giuseppe (com 3 anos) e Rodolfo Nolli (1 ano). Outro Antonio Nolli, também de Vobarno, que chegou aos EUA em 09/05/1913, com 23 anos, foi deportado; ou seja, não foi aceito e teve que voltar para a Itália. Angela Nolli, filha de Pietro Nolli, foi para os EUA em 01/12/1913 (com 28 anos), onde seu marido Giovanni [Filosi] a esperava. A filha do casal se chamava Angela [Filosi] e veio junto com a mãe, quando tinha 4 anos.
Família Cadenelli de Vobarno. Pietro Cadenelli (filho de Catterina, de Vobarno) foi para os EUA junto com Giuseppe Nolli, em 24/03/1913, no navio Verona, com 26 anos; portanto, era de 1887. Vários Cadenellis de Vobarno foram para os Estados Unidos na segunda fase e alguns Cadenellis, provavelmente de Vobarno, vieram para o Brasil na primeira fase. Giuseppe Cadenelli veio sozinho para o Brasil em 27/01/1892, quando tinha 39 anos. Já Bortolo Cadenelli veio com a família em 22/12/1894, no navio Solferino, na mesma viagem que os Roncadori. Bortolo Cadenelli tinha 34 anos e veio com sua mulher Domenica e os filhos: Pietro (11 anos; portanto, de 1883), Domenico (7 anos), Pierina (3 anos) e Giuseppe (3 meses). Junto com os Cadenelli nesta viagem, além da família Roncadori, vieram as famílias: Bertelli (de Angelo), Maffei (de Giuseppe), Tiboni (Pietro) e Crescimbeni (de Giacomo), que muito provavelmente também eram de Vobarno, todas para o mesmo destino, São João Nepomuceno, Roça Grande, a chamado de parentes; portanto, já havia um núcleo de oriundos de Vobarno nesta região em Minas Gerais, muito próximo de Bicas. Não encontrei relacionamento entre os Cadenellis da segunda fase, que com certeza são de Vobarno, e os da primeira fase; no entanto, é muito provável que os Cadenellis que vieram para o Brasil sejam da região de Vobarno, pois esta família sempre se concentrou nesta região; além disso, o fato de virem com outras famílias oriundas de Vobarno também aumenta a chance de serem da mesma região.
A família Maffei de Vobarno: Em 22 de dezembro de 1894, no navio Solferino, vieram Giuseppe Maffei (com 28 anos; portanto, de 1866), sua esposa Teresa (com 26 anos) e sua filha Margherita (com 1 ano). Este mesmo Giuseppe Maffei foi sem a família para os Estados Unidos, em 10 de agosto de 1906, quando ele estava com 40 anos. Lá, foi acolhido por seu irmãos (não identificados) e quem o acompanhou nesta viagem, também oriundo de Vobarno, foi Pietro Mazzarini (com 22 anos), cuja profissão era ferreiro (da Ferriera di Vobarno).
A família Federici de Vobarno: Em 09 de novembro de 1894, no navio Colombo, vieram Francesco Federici (com 29 anos; portanto, de 1865), sua esposa Orazia (com 29 anos) e sua filha Emma (com 2 anos). Este mesmo Francesco Federici foi sem a família para o Canadá (Ontário), em 29 de março de 1914, quando ele estava com 48 anos.  Quem o acompanhou nesta viagem, também oriundo de Vobarno, foi Valeriano Manini (com 22 anos, filho de Maria Manini). No documento de passagem por Ellis Islands consta que Francesco Federici já havia estado no Canadá por 6 anos; portanto, esta deveria ser a sua segunda viagem para a América do Norte.
A família Tiboni de Vobarno, segundo informações de um de seus descendentes nos Estados Unidos (John Tiboni, filho de Francesco Tiboni e Palmira Labigalini, neto de Angelo Tiboni e Maddalena Zurradelli), era composta de três ramos não relacionados, pois Tiboni é um sobrenome bastante comum na Itália. Luigi Tiboni e seu irmão Giuseppe Tiboni chegaram nos EUA no dia 01 de abri de 1905, sendo que Luigi  tinha 23 anos e Giuseppe 29 anos; portanto, Luigi Tiboni nasceu em 1881 e Giuseppe em 1875. Na hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de fora, consta que a família de Vincenzo Tiboni (com 55 anos) veio ao Brasil em 09/11/1894, no mesmo navio Colombo que a família de Giuseppe Nolli de Vobarno. Vincenzo Tiboni veio sem a esposa, com os seguintes filhos: Giuseppe (com 18 anos; portanto, de 1876), Lucia (17 anos; portanto, de 1877), Antonio (15 anos; portanto, de 1879), Luigi (13 anos; portanto, de 1881) e Pietro (8 anos; portanto, de 1886). Então, os irmãos Luigi Tiboni e Giuseppe tiboni são os mesmos que emigraram para os estados Unidos em 1905 e se estabeleceram em Nova York. O irmão Antonio Tiboni também foi pra os EUA em 01 se agosto de 1910, quando tinha 31 anos de idade e ainda solteiro. Na sua chegada ele informa que sua mãe, Lucia viani, residia em Vobarno. Junto com ele também veio seu irmão Vincenzo Tiboni, com 19 anos; portanto, nascido em 1891, que deve ter ficado com a mãe em Vobarno quando a família veio para o Brasil em 1894, pois tinha apenas 3 anos. Além deles, o irmão Pietro Tiboni também foi para os estados Unidos, em 16 de junho de 1906, quando tinha 20 anos, no mesmo navio La Savoie, junto com outros de vobarno: Antonio Maccarinelli (com 31 anos, casado), Luigi Tiboni (com 20 anos, casado), Angelo Zambarda (com 43 anos, casado, de Volciano), Oreste Bonazzi (com 22 anos, solteiro, de Bagolino) e Luigi Turrini (com 18 anos, solteiro, primo do Pietro Tiboni). Outro Pietro Tiboni, que chegou nos Estados Unidos em 09 de fevereiro de 1907, já casado (provavelmente com Rubinelli), quando tinha 42 anos, deve ser o mesmo que veio ao Brasil, sozinho, com 30 anos, em 21 de dezembro de 1894, no navio Solferino, na mesma viagem que os Roncadori, Cadenelli, Bertelli, Maffei e Crescimbeni. No documento de sua passagem pela Hospedaria Horta Barbosa consta que veio a chamado de parentes e que seu destino era Bicas (Guarara). Encontrei um Rodolfo Tiboni que foi para os EUA em 31 de março de 1907, quando tinha 18 anos. Provavelmente ele é filho da Maria Labigalini e Giovanni (Battista) Tiboni. No seu registro de chegada em Ellis Island informa que ele era primo de Luigi Tiboni (que morava em New York; então, deveria ser o Luigi Tiboni de 1881, filho de Vicenzo). Viajou junto com Rodolfo Tiboni, Aristide Stefani, que já havia estado no Brasil em 06 de janeiro de 1895. Aristide Stefani também era primo de Luigi Tiboni (de New York).
A família Crescimbeni de Vobarno: Em 1894 duas família Crescimbeni passaram pela hospedaria Horta Barbosa de Minas Gerais. A primeira família Crescimbeni, provavelmente oriunda de Vobarno, pois seu registro de chegada está na mesma pagina que a família Tiboni (de Vobarno), Bertelli e Federici, é de Battista Crescimbeni, que passou pela hospedaria Horta Barbosa em 09 de novembro de 1894, vindo ao Brasil no navio Colombo, de onde vieram diversas famílias de Vobarno: Federici (de Francesco), Nolli (de Giusepepe) e Tiboni (Vincenzo). Outra família foi de Giacomo Crescimbeni, que chegou em 22 de dezembro de 1894, no navio Solferino, com diversos outros oriundos de Vobarno,  tais como: Roncadori (de Domenico), Cadenelli (Bortolo), Bertelli (de Angelo) e Tiboni (de Pietro). Giacomo tinha 23 anos e veio com sua esposa Celeste, com 27 anos. Este casal não teve filhos e se estabeleceu em Bicas, conforme a maioria das famílias oriundas de Vobarno. Meu amigo Gelson, que mora hoje na região de Juiz de Fora, descendente de Giacomo Crescimbeni, me contou a seguinte história de sua família:  “Meus nonnos, Giacomo Crescimbeni e Celeste Enrica Vignolo o eram de coração e não sanguineos, visto que meu pai foi adotado por eles. O casamento deles foi em 08/11/1894, em Volciano(BS), ele com 23 anos e ela com 26. Meu nonno nasceu e morava em Vobarno e minha nonna nascida em Cassinelle (AL), morava em Volciano. Após o casamento  vieram para o Brasil, no Vapor Solferino, saindo de Gênova com 1367 passageiros de 3ª classe, chegando ao Rio em 15/12/1894 e vindo  para Juiz de Fora em 22/12/1894, hospedando-se na Hospedaria Horta Barbosa e, em 27/12, foram para Roça Grande (perto de São João Nepomuceno (no documento consta que a chamado de parentes), trabalhar em fazendas e, como chegaram até Bicas, minha terra natal, desconhecemos, infelizmente. Não temos a data do retorno deles para a Itália, mas lá foram residir em Vobarno. Após o falecimento de Giacomo Crescimbeni, minha nonna, com 55 anos, em 1922, retornou para o Brasil trazendo meu pai, na época com 18 anos, indo residir em Bicas. Em 1960, meu pai faleceu ,com 56 anos, sem ter conseguido realizar o seu sonho, que era retornar à Itália, rever a terra querida, os amigos e parentes que ficaram por lá. Minha nonna faleceu com 83 anos. Fizemos contato com a Família Vignolo que mora na Brescia, no Lago de Garda. Então, Márcio, esta é a minha história, a história que guardo no coração , a história de uma gente guerreira, uma gente que me ensinou, através de sua história, a amá-los com intenso carinho, uma gente sem a qual eu não estaria aqui hoje. Agradecendo sua constante atenção, deixo meu abraço para todos os seus familiares. Gelson.”

Assim, podemos concluir que a segunda fase da imigração italiana foi liderada pelos filhos dos imigrantes da primeira fase, cujo destino principal foi para os Estados Unidos; porém, eles viajavam sozinhos, sem a família, mesmo aqueles casados, e permaneciam ausentes por vários anos. Alguns que se estabeleceram melhor, mais tarde levaram suas respectivas famílias para os Estados Unidos. Outros retornavam para a Itália, assim que a situação melhorava.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Festa do Imigrante Italiano 2013, em homenagem a Família Labegalini/Labigalini em Monte Sião-MG.







O Brasão da província de Brescia é o conjunto de cinco brasões: 1) da cidade de Brescia no centro, 2) de Chiari, 3) de Breno, 4) de Verolanuova e 5) de Salò.


1) O quadrado ao centro se refere à cidade de Brescia: que é um leão azul com fundo branco, com a lingua vermelha.
2) O primeiro quadrado acima, do lado esquerdo, se refere à cidade de Chiari: é uma águia preta com fundo dourado e abaixo três estrelas de seis raios de prata com fundo vermelho;
3) O segundo quadrado acima, do lado direito, se refere à cidade de Breno: um cervo de prata com fundo azul, apoiado sobre um pequeno terreno gramado, com uma águia voando e agarrando o cervo;
4) O terceiro quadrado abaixo, do lado esquerdo, se refere à cidade de Verolanuova: é a figura de uma mulher cor de pele com fundo azul, apoiada por uma lua crescente de prata, com a mão direita no alto e a esquerda no colo, que é envolto por uma fita prateada de duas voltas;
5) O quinto quadrado abaixo, do lado direito, se refere à cidade de Salò: que é um leão prateado com fundo azul, segurando um ramo de oliveira verde.
(Os dados deste brasão foi pesquisado pelo meu filho Márcio Labigalini).

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Missa do Imigrante Italiano - 06 de Setembro de 2013
Homenagem do Círculo Ítalo Brasileiro de Monte Sião à Família Labegalini.
Durante a missa foi lido o texto abaixo.

FAMÍLIA LABEGALINI

Os Labegalini juntaram tanta tradição, tanta lenda, tanta história que há até um bairro no município de Jacutinga com seu nome: Bairro dos Labegalini. Quem já não ouviu falar do Romildo e da Elza? Do Ugo, que neste mês completa um ano desde que nos deixou, e do Nenê? Do Gino e do Romeu, do Lazinho e do Ovídio? Quem não se lembra dos três irmãos – Antonio, Último e Batista – torcendo no campo de futebol, torcendo na raia de bocha? Pois saibam que seus antepassados vieram para estas lonjuras no distante 1887, de Vobarno, província de Brescia, da velha e querida Itália. E, quem veio? Vieram Ângelo, Eliza, Luigi, Lucia, Egidio, Cesarina, Giovanni Batista, Vittorio, Izabella, Emilio, Ângela, Albina, Michelle, Genoveffa, um exército de italianos alegres, simpáticos, todos voltados à música, com predileção à sanfona e ao violão, todos sentimentais, todos saudosistas. E, conscientemente, todos teimosos. Há, mesmo, uma versão que atesta a teimosia dos Labegalini: é só dizer que não cabem dez Labegalini num Fusca que eles entram lá e ainda sobram dois lugares. A essa teimosia inocente e bem recebida, reveladora de caráter firme e decidido, ao calor de sua alegria contagiante, à determinação para o trabalho, ao espírito brincalhão, ao elo indestrutível que assegura a união dessa família, as homenagens do Círculo italiano de Monte Sião - o verdadeiro berço dos Labegalini.



quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Resumo da imigração da Família Labigalini da Itália para a América:

(inserido por Márcio R. Labigalini)

Após tanta pesquisa, creio que posso resumir a história dos filhos de Luigi Labigalini e Lucrezia Pellizzari (nascidos por volta de 1830):
Os filhos eram os seguintes:
Giuseppe (nascido em 1853)
Lucrezia
Domenica
Maria
Margherita (nascida em 1860)
Luigi (nascido em 23/02/1962)
Giovanni (nascido em 1864)
Angelo (nascido em 1867)
Tommaso (nascido em 1868)

A imigração Italiana para a América teve duas fases: Uma antes de 1900 e outra no início do século XX. Houve também um movimento de retorno para a Itália entre 1900 e 1910.
Na primeira fase, a nossa família se concentrou na América do Sul, especificamente no Brasil.

O primeiro a se aventurar na América deve ter sido Giovanni Labigalini. Ainda não consegui encontrar quando ele veio para o Brasil, mas cheguei a esta conclusão me baseando nos seguintes fatos:
1)      O filho de Giovanni e sua mulher Maria Rizzardini, que também se chamava Luigi, nasceu em Itapira-SP, no dia 23 de fevereiro de 1895. Então, a princípio, ele deve ter chegado antes desta data.
2)      Porém, naquela época era costume que o marido viesse primeiro e só depois de estabelecido era que a sua família vinha ao seu encontro. Normalmente isto demorava alguns anos. No caso do Giovanni e da Maria Rizzardini, o primeiro filho, Isacco, nasceu em Vobarno (Itália) em 1886 (quando Giovanni tinha 22 anos) e o segundo filho, Luigi, nasceu em Itapira-SP (Brasil) em 1895 (quando Giovanni tinha 31 anos); portanto, há um período de 9 anos sem filhos, o que me levou a concluir que neste período Giovanni veio para o Brasil, provavelmente entre 1887 e 1894. Sua esposa Maria Rizzardini deve ter vindo em 1894, ou um pouco antes; porém, não encontrei documentação para comprovar a data da chegada dela ao Brasil. Além do Luigi, outro filho que nasceu aqui foi o Joanin (João Batista), que também nasceu em Itapira em 1897. Então, com certeza, Giovanni Labigalini e Maria Rizzardini vieram para o Brasil antes do nascimento do Luigi em fevereiro de 1895.

O segundo a chegar foi Angelo Labigalini, em 06 de Janeiro de 1895, com 28 anos, que já veio com a família inteira, que incluía sua esposa Angela (28 anos) e seus filhos: Egidio (6 anos), Cesarina (4 anos) e Albina (2 anos). Provavelmente Angelo tinha o objetivo de encontrar seu irmão Giovanni em Itapira-SP; porém, devido a uma epidemia a bordo do Navio Iniziativa, assim que chegaram ao porto do Rio de Janeiro, foram obrigados a seguir com todos os passageiros de trem para a Hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de Fora-MG, onde permaneceram por cerca de 10 dias. De lá foram para a hospedaria do Pinheiro, pois necessitavam ficar em quarentena, até serem contratados por algum fazendeiro. Outra possibilidade é que Angelo já se destinava para aquela região, pois havia um núcleo de famílias italianas em Bicas-MG, alguns oriundos de Vobarno (família Crescimbeni, Gaspardi e Viani).

Em 14 de Maio de 1895 chegaram (no navio San Gottardo) os irmãos Luigi Labigalini (com 33 anos) e Tommaso Labigalini (27 anos), também com suas respectivas famílias. O Luigi veio com sua esposa Lucia Crescimbeni (27 anos) e seus filhos: Emilio (8 anos), Elia (4 anos) e Vittorio (1 ano). O Tommaso veio com sua esposa Matilde (23 anos) e seus filhos: Libera (6 anos), Elvira (4 anos) e Fioravante (2 anos). Também vieram neste navio San Gottardo o pai da Lucia Crescimbeni, Battista Crescimbeni (com 52 anos), e o irmão da Lucia, Giovanni Crescimbeni (com sua esposa Maria e seu filho Battista). Eles vieram pelo porto de Santos, passaram pela hospedaria do imigrante em São Paulo e de lá seguiram para Itapira-SP, onde o Giovanni já tinha se estabelecido.

Em 16 de Novembro de 1897 chegou Giuseppe Labigalini, com 44 anos, no navio Minas, que também veio com sua família, incluindo sua esposa Maria Miconelli e os filhos: Luigi (14 anos), Michelli (12 anos) e Giuseppe (1 ano). A família de Giuseppe também veio pelo porto de Santos, passou pela hospedaria do imigrante em São Paulo e de lá seguiu para Itapira-SP, onde os irmãos já tinham se estabelecido.

Em 16 de Dezembro de 1897 desembarcaram (do navio Espagne) no Rio de Janeiro Margherita Labigalini (37 anos) e seus filhos: Pietro Viani (11 anos), Lucrezia Viani (9 anos) e Luigi Viani (4 anos). Do Rio ela e filhos foram direto para a hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de Fora, onde permaneceram até o dia 22 de dezembro, quando seu marido, Giuseppe Viani, foi buscá-los, para levá-los até Bicas-MG. Não consegui encontrar o registro da chegada de Giuseppe Viani; porém, pode ser que ele já estivesse na região de Bicas antes do Angelo chegar (em 1895), pois seu filho caçula em 1897 estava com 4 anos; então, Giuseppe Viani deve ter chegado ao Brasil entre 1893 e 1897.

                Sobre as outras 3 filhas: Lucrezia, Domenica e Maria temos poucas pistas para pesquisar; porém, seguem as informações que temos:

1) Parte da família da Lucrezia Labigalini, que foi casada com Giuseppe Manovali, dizem que foi para a Argentina. Hoje, a família Manovali na região de Bréscia se concentra em apenas 4 cidades próximas a Vobarno, no Lago di Garda; por isso, pode até ser que eles vieram para a América; porém, devem ter retornado para a Itália no início do século XX e lá permaneceram.
2) Parte da família da Domenica Labigalini, que foi casada com Antonio David, dizem que foi para os Estados Unidos na segunda fase da imigração italiana. Não encontrei nenhum registro confirmando a saída desta família da Itália. Aliás, "David", por mais estranho que pareça, é um sobrenome bastante comum lá na Itália. Então, não sabemos se a família de Domenica Labigalini e Antonio David realmente emigrou para a América (do Sul ou do Norte).
3) Parte da família da Maria Labigalini veio para o Brasil e se estabeleceu na cidade de São Paulo. Há vinte anos atrás eu conversei com Mário Tiboni (por telefone) de São Paulo, que era descendente da Maria Labigalini e Giovanni Tiboni; porém, perdemos contato com o passar dos anos e hoje não sabemos onde seus descendentes estão. Segundo informações de John Tiboni (filho de Francesco Tiboni e Palmira Labigalini), este Giovanni Tiboni não era parente de Francesco Tiboni (cuja mãe era Maddalena Zurrudelli e residia em Pompegnino-Vobarno, mesma região da nossa família). Segundo John Tiboni, sua mãe Palmira dizia que havia três ramos independentes da família Tiboni em Vobarno, que não eram parentes, mesmo pertencendo à mesma cidade. Sabemos que o irmão da Palmira Labigalini, o Isacco se casou (pela primeira vez) com Aurélia Tiboni, que era filha da Maria Labigalini e Giovanni Battista Tiboni; porém, a Aurélia faleceu 4 anos após o casamento e não tiveram filhos. Baseando-me na certidão de casamento do Isacco com a Aurélia, podemos estimar a idade dos pais da Aurélia. O casamento foi em 1910, em Vobarno, e Aurélia tinha 22 anos; então, se ela fosse a primeira filha do casal, provavelmente sua mãe, Maria Labigalini, teria cerca de 40 anos; portanto, deve ter nascido antes de 1870. 

Assim que possível, tento concluir a segunda fase da imigração da nossa família, onde a maioria foi para os Estados Unidos.

domingo, 12 de maio de 2013

100 anos do retorno de Luigi Labigalini e Lucia Crescimbeni ao Brasil

Hoje, dia 12 de maio de 2013, faz exatamente 100 anos que Luigi Labigalini e Lucia Crescimbeni (juntamente com seus 6 filhos) retornaram ao Brasil.
Já contei um pouco desta história no link abaixo:
http://www.familialabigalini.blogspot.com.br/2012/09/retorno-do-nonno-luigi-da-italia-para-o.html

Nesta semana passada, mantive contato com a família Crescimbeni lá da Itália e tenho novas histórias pra contar.

Depois de um longo silêncio, desde o início do ano, eu e meu pai pretendemos retomar a colocar aqui as histórias de nossos "antenati" (ou dos "oriundi").

Tentando planejar o futuro, pretendemos contar aquilo que pesquisamos das outras famílias italianas ligadas à nossa, tais como: Crescimbeni, Tavera (ou Taveira), Righetto (ou Righetti), etc...

Em outubro, Último Labigalini faria 100 anos. Então, neste ano de 2013 temos duas grandes comemorações: 100 anos do retorno da Itália ao Brasil de nossos antecedentes e os 100 anos do nascimento do vô Ultimo. E é exatamente por isso, por causa deste retorno, que nós estamos aqui, lendo estas histórias que, de um modo ou outro, moldaram nosso caráter e nos transformaram naquilo que cada um é.

(inserido por Marcio Labigalini)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Descendo a Rua Direita


(Márcio Labigalini, 18 de fevereiro de 2013)


Meu ponto de partida é a praça de Monte Sião. Dentro do coreto, de frente para a Igreja, ainda vejo os ciprestes antigos do meu pensamento de menino, aquelas obras de arte do “Seu Estevão”. Giro um pouco para a direita e vejo o antigo casarão dos Pennacchis na esquina. Inicío, então, a minha descida pela Rua Direita.
Rapidamente sou guiado pelo cheiro de um doce familiar e entro na padaria à minha esquerda. Do lado de lá do balcão vem o Mário Labegalini ao meu encontro, que me serve um bombocado, com seu tradicional “oooobrigado”. Saio da padaria e vejo os irmãos Zucato, o Ney e o Rubens, na farmácia ao lado. Continuo minha descida e do lado esquerdo vejo outra farmácia do Sr. Assumpto Volpini e lá dentro o “seu“ Raimundo (todo de branco) lendo algo interessante.
Um pouco mais a frente ainda à esquerda, vejo o Aurélio Jacomassi saindo de sua casa. Então, vejo o Bar do Peri e lá dentro o “seu” João e o Toninho Comuni conversando. Cumprimento os dois que me acenam alegremente.

Escuto as batidas das bolas de bilhar e vejo o Vitório Cétolo em seu bar na esquina em frente. Na outra esquina vejo o casarão dos Canelas e corro pra casa da nonna Narcisa Comuni. Antes de chegar, passo correndo pelo “seu” Renato Franco Bueno e sinto o cheiro de couro da sua loja, onde fabrica selas.

Dou duas batidinhas na porta da casa da nonna e entro, como sempre fazia. Na salinha à direita vejo o “Tio” Lúcio Canela conversando com seu pai, o Adolpho Canela, que ainda estava em sua cadeira de rodas. Peço “bença” aos dois e corro prá cozinha. Lá dentro aquela enorme mesa, eu tão pequeno e ela tão alta, cheia de macarrão caseiro e gnocchi na farinha, onde não resisti, estiquei os pés e peguei um. Assim que coloquei na boca a nonna Narcisa veio brava (com seus olhos claros) e disse-me que comer cru fazia mal. Colocou o pano de prato nas costas e chamou:

 - Maria!

Vejo então a minha madrinha entrando, já com seus cabelos brancos, mas sem a bengala. Pedi sua benção, me lembrei do vô Último Labegalini e saí correndo da casa da nonna.

Do outro lado da rua vi o Davino trabalhando no açougue. Mais abaixo vi o professor Carlinhos Francisco, sorrindo -me e acenando a mão. Ao lado da sua casa vi a antiga central telefônica e entrei. Lá a telefonista parecia enroscada em meio à tantos cabos e vi o número 165, telefone do meu avô.

Saí de lá e vi o Flívio Monteiro e sua mulher dona Odila Andretta. Antes do hotel, vi o Miltão de Castro e logo a seguir, o Rafael Guarani, com seus eternos óculos escuros. Senti o cheiro de pão e vi o “seu” Pedro Galbiati e sua esposa dona Palmira na padaria. Entrei e pedi um arroz-doce. Saí de lá e vi o “seu” Plácido Bernardi em sua loja descansando na cadeira de balanço.

Na janela da casa da esquina do lado direito, vi a avó Emília Gotardello conversando com seu filho Jair Zucato.

Ouvi então um violão e uma clarineta. Na outra esquina, dos Moteranis, estavam ensaiando o Ugo Labegalini e o Pascoal Andreta, que me chamou de Rumirdinho.

Olhei para a casa do meu avô e vi um menino cabeludo descendo as escadas com as chuteiras nas mãos. Subi a escada vermelha, abri a maçaneta da porta e entrei, mas lá dentro não havia ninguém.

Desci correndo e vi o menino indo na direção do campo de futebol da Prainha, perto do rio no final da rua.

Na casa a seguir ouvi uma conversa com sotaque italiano e lá estavam o Tio Batista e Tio Antônio, mas não o meu avô. Perguntei onde ele se encontrava e disseram-me que tinha ido ver o Luizinho jogar futebol naquele campinho. Entendi então que aquele menino era o meu Tio Luiz e corri na direção do campo.

Mesmo com pressa, vi o “seu” Tonico Canela e sua esposa dona Adalgisa na janela do sobrado deles. Depois vi o Zé Alexandre Bernardi conversando com a sua mãe dona Cidinha e passei em frente do antigo armazém do Atilio Corsi. O caminhão do Dalo estava saindo do antigo armazém do vô Último e vi o tio Étore Nicioli, que gritou, abrindo um sorriso e ainda mais os olhos: - Tô indo pra Jacutinga!
Continuei em frente, até que cheguei ao campo da Prainha. Lá vi o Jair Codorna, o Gordo e o Tio Luiz, já sem cabelos, orientando um jogo do “Garapa”. Mas não vi meu avô.
Abracei meu Tio Luiz e perguntei-lhe onde estava meu avô e ele me disse que seu pai havia retornado para casa.

Resolvi voltar para lá, já sem tanta pressa, e senti o cheiro do biscoito caseiro do Dito Cirino. No fundo da casa, vi o forno e ele me deu um biscoito para saborear.

Em frente da casa do meu avô, vi o Canelão e sua esposa dona Helena Canela com uma criança no colo. Apareceu, de repente, uma senhora de uns 38 anos de idade, que eu não reconheci e pegou o menino no colo levando-o para dentro da casa do meu avô.

Mais uma vez subi correndo as escadas e abri a porta da casa dele, novamente deserta. Procurei em todos os cômodos e não vi ninguém, só o telefone preto antigo, entre a copa e a sala. Peguei meu celular e disquei o número do telefone do meu avô, 165: O telefone tocou e um clarão azul veio do quarto, de onde meu avô saiu pra atender com seu sotaque italiano:

- Prrooonto!

- Bença Vô.

- Deus te abençoe Marcinho!

- Vô, quem era aquela senhora com o bebê no colo que entrou aqui?

- Era a sua vó Júlia Taveira, minha primeira esposa. Ela veio trazer o nosso filho Zé Otávio para permanecer junto de nós.