Tio-avô Tomaso Labigalini

Meu tio-avô Tomaso era irmão do nono Luigi. Vieram juntos da Itália para o Brasil com suas famílias no vapor  “S. Gottardo”, aqui chegando em 15 de maio de 1895.

Os dois foram morar em uma fazenda no bairro Eleutério, município de Itapira-SP.

         Tio Tomaso tinha 27 anos, sua esposa Matilde 23, os filhos Libera 6 anos, Elvira 4 e Fioravante 2 (nasceu em 1893).

Um fato lamentável aconteceu com essa família. O filho Fioravante (seu apelido era Dante), faleceu logo que aqui chegaram. No ano seguinte, 1896, esse casal teve outro filho e colocaram o mesmo nome do primeiro, Fioravante, em homenagem a ele.

Em 1910 Tio Tomaso e meu nono retornaram para Itália. Fioravante tinha 14 anos. Nesse mesmo ano iniciou-se uma guerra entre a Itália e a Turquia em território Líbio chamada “Guerra Tripolitana” . 

Em 1911, Fioravante, então com 15 anos, foi convocado para servir o Exército. Pelo Registro de Cartório de nascimento da cidade de Vobarno, Fioravante teria nascido em 1893. Então teria 18 anos.

O pai dele foi até as autoridades e lhes disse que o primeiro Fioravante havia falecido no Brasil com 2 anos de idade.Esse outro filho com o mesmo nome havia nascido em 1896 no Brasil. As autoridades solicitaram então que ele apresentasse a Certidão de Óbito, mas ele não a tinha. Fioravante, com 15 anos, foi enviado como soldado, para a frente de batalha.

         Desesperado, seu pai escreveu uma carta para parentes em Jacutinga pedindo para que lhes enviasse a Certidão de Óbito urgentemente.

         Depois de três meses, o documento que ele aguardava ansiosamente chegou tarde demais. Seu filho querido, com 15 anos, havia morrido na Guerra.

Meu  nono Luigi voltou para o Brasil em 1913, mas Tio Tomaso ficou residindo lá mesmo, em Vobarno .