(inserido por Márcio R. Labigalini)
Após tanta
pesquisa, creio que posso resumir a história dos filhos de Luigi Labigalini e
Lucrezia Pellizzari (nascidos por volta de 1830):
Os filhos eram
os seguintes:
Giuseppe
(nascido em 1853)
Lucrezia
Domenica
Maria
Margherita
(nascida em 1860)
Luigi (nascido
em 23/02/1962)
Giovanni
(nascido em 1864)
Angelo
(nascido em 1867)
Tommaso
(nascido em 1868)
A imigração
Italiana para a América teve duas fases: Uma antes de 1900 e outra no início do
século XX. Houve também um movimento de retorno para a Itália entre 1900 e
1910.
Na primeira
fase, a nossa família se concentrou na América do Sul, especificamente no
Brasil.
O primeiro a
se aventurar na América deve ter sido Giovanni Labigalini. Ainda não consegui
encontrar quando ele veio para o Brasil, mas cheguei a esta conclusão me
baseando nos seguintes fatos:
1) O
filho de Giovanni e sua mulher Maria Rizzardini, que também se chamava Luigi,
nasceu em Itapira-SP, no dia 23 de fevereiro de 1895. Então, a princípio, ele
deve ter chegado antes desta data.
2) Porém,
naquela época era costume que o marido viesse primeiro e só depois de
estabelecido era que a sua família vinha ao seu encontro. Normalmente isto
demorava alguns anos. No caso do Giovanni e da Maria Rizzardini, o primeiro
filho, Isacco, nasceu em Vobarno (Itália) em 1886 (quando Giovanni tinha 22 anos) e o segundo filho, Luigi,
nasceu em Itapira-SP (Brasil) em 1895 (quando Giovanni tinha 31 anos); portanto, há um período de 9 anos sem
filhos, o que me levou a concluir que neste período Giovanni veio para o Brasil,
provavelmente entre 1887 e 1894. Sua esposa Maria Rizzardini deve ter vindo em
1894, ou um pouco antes; porém, não encontrei documentação para comprovar a
data da chegada dela ao Brasil. Além do Luigi, outro filho que nasceu aqui foi
o Joanin (João Batista), que também nasceu em Itapira em 1897. Então, com
certeza, Giovanni Labigalini e Maria Rizzardini vieram para o Brasil antes do
nascimento do Luigi em fevereiro de 1895.
O segundo a
chegar foi Angelo Labigalini, em 06 de Janeiro de 1895, com 28 anos, que já
veio com a família inteira, que incluía sua esposa Angela (28 anos) e seus
filhos: Egidio (6 anos), Cesarina (4 anos) e Albina (2 anos). Provavelmente Angelo
tinha o objetivo de encontrar seu irmão Giovanni em Itapira-SP; porém, devido a
uma epidemia a bordo do Navio Iniziativa, assim que chegaram ao porto do Rio de
Janeiro, foram obrigados a seguir com todos os passageiros de trem para a
Hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de Fora-MG, onde permaneceram por cerca de 10
dias. De lá foram para a hospedaria do Pinheiro, pois necessitavam ficar em
quarentena, até serem contratados por algum fazendeiro. Outra possibilidade é
que Angelo já se destinava para aquela região, pois havia um núcleo de famílias
italianas em Bicas-MG, alguns oriundos de Vobarno (família Crescimbeni,
Gaspardi e Viani).
Em 14 de Maio
de 1895 chegaram (no navio San Gottardo) os irmãos Luigi Labigalini (com 33 anos) e Tommaso Labigalini
(27 anos), também com suas respectivas famílias. O Luigi veio com sua esposa
Lucia Crescimbeni (27 anos) e seus filhos: Emilio (8 anos), Elia (4 anos) e
Vittorio (1 ano). O Tommaso veio com sua esposa Matilde (23 anos) e seus
filhos: Libera (6 anos), Elvira (4 anos) e Fioravante (2 anos). Também vieram
neste navio San Gottardo o pai da Lucia Crescimbeni, Battista Crescimbeni (com
52 anos), e o irmão da Lucia, Giovanni Crescimbeni (com sua esposa Maria e seu
filho Battista). Eles vieram pelo porto de Santos, passaram pela hospedaria do
imigrante em São Paulo e de lá seguiram para Itapira-SP, onde o Giovanni já
tinha se estabelecido.
Em 16 de
Novembro de 1897 chegou Giuseppe Labigalini, com 44 anos, no navio Minas, que
também veio com sua família, incluindo sua esposa Maria Miconelli e os filhos:
Luigi (14 anos), Michelli (12 anos) e Giuseppe (1 ano). A família de Giuseppe
também veio pelo porto de Santos, passou pela hospedaria do imigrante em São
Paulo e de lá seguiu para Itapira-SP, onde os irmãos já tinham se estabelecido.
Em 16 de
Dezembro de 1897 desembarcaram (do navio Espagne) no Rio de Janeiro Margherita
Labigalini (37 anos) e seus filhos: Pietro Viani (11 anos), Lucrezia Viani (9
anos) e Luigi Viani (4 anos). Do Rio ela e filhos foram direto para a
hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de Fora, onde permaneceram até o dia 22 de
dezembro, quando seu marido, Giuseppe Viani, foi buscá-los, para levá-los até
Bicas-MG. Não consegui encontrar o registro da chegada de Giuseppe Viani;
porém, pode ser que ele já estivesse na região de Bicas antes do Angelo chegar
(em 1895), pois seu filho caçula em 1897 estava com 4 anos; então, Giuseppe Viani
deve ter chegado ao Brasil entre 1893 e 1897.
Sobre
as outras 3 filhas: Lucrezia, Domenica e Maria temos poucas pistas para
pesquisar; porém, seguem as informações que temos:
1) Parte da família da Lucrezia Labigalini, que foi
casada com Giuseppe Manovali, dizem que foi para a Argentina. Hoje, a família
Manovali na região de Bréscia se concentra em apenas 4 cidades próximas a
Vobarno, no Lago di Garda; por isso, pode até ser que eles vieram para a
América; porém, devem ter retornado para a Itália no início do século XX e lá
permaneceram.
2) Parte da família da Domenica Labigalini, que foi
casada com Antonio David, dizem que foi para os Estados Unidos na segunda fase da
imigração italiana. Não encontrei nenhum registro confirmando a saída desta família da Itália. Aliás, "David", por mais estranho que pareça, é um sobrenome bastante comum lá na Itália. Então, não sabemos se a família de Domenica Labigalini e Antonio David realmente emigrou para a América (do Sul ou do Norte).
3) Parte da família da Maria Labigalini veio para o
Brasil e se estabeleceu na cidade de São Paulo. Há vinte anos atrás eu
conversei com Mário Tiboni (por telefone) de São Paulo, que era descendente da
Maria Labigalini e Giovanni Tiboni; porém, perdemos contato com o passar dos
anos e hoje não sabemos onde seus descendentes estão. Segundo informações de John Tiboni (filho de Francesco Tiboni e Palmira Labigalini), este Giovanni Tiboni não era parente de Francesco Tiboni (cuja mãe era Maddalena
Zurrudelli e residia em Pompegnino-Vobarno, mesma região da nossa família). Segundo John Tiboni, sua mãe Palmira dizia que havia três ramos independentes da família Tiboni em Vobarno, que não eram parentes, mesmo pertencendo à mesma cidade. Sabemos que o irmão da Palmira Labigalini, o Isacco se casou (pela primeira
vez) com Aurélia Tiboni, que era filha da Maria Labigalini e Giovanni Battista
Tiboni; porém, a Aurélia faleceu 4 anos após o casamento e não tiveram filhos.
Baseando-me na certidão de casamento do Isacco com a Aurélia, podemos estimar a
idade dos pais da Aurélia. O casamento foi em 1910, em Vobarno, e Aurélia tinha 22
anos; então, se ela fosse a primeira filha do casal, provavelmente sua mãe, Maria Labigalini, teria
cerca de 40 anos; portanto, deve ter nascido antes de 1870.
Assim que possível, tento concluir a segunda fase da imigração da nossa família, onde a maioria foi para os Estados Unidos.
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